Publicado em: 28/02/2025 12:07:27
Objetivo é promover inclusão e empoderamento por meio da aplicação de tecnologias que integram ciência da computação e ciências agrárias
Em fevereiro, no dia 11, é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (saiba mais aqui). Trata-se de uma oportunidade para destacar ações voltadas à inserção feminina nos espaços de pesquisa. E na Universidade Federal de Rondônia (UNIR) um projeto desenvolvido no Campus de Presidente Médici busca promover e ampliar a participação de meninas e mulheres na computação.
O projeto de pesquisa em rede “Meninas e Mulheres na Computação: um pacto para a redução das disparidades de gênero e a universalização das recomendações de calagem e adubação no Brasil”, financiado pelo CNPq, é coordenado pela professora Elaine Almeida Delarmelinda, do curso de Zootecnia da UNIR. Seu principal objetivo é promover a inclusão social e o empoderamento de meninas e mulheres por meio da qualificação em ciência da computação aplicada às ciências agrárias, uma área que, historicamente, tem baixa participação do público feminino.
De acordo com a coordenadora do projeto, a iniciativa surgiu partir de uma demanda de um grupo de trabalho da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, que identificou a necessidade de criar um banco de dados nacional de acesso aberto, reunindo manuais de recomendação de calagem e adubação para culturas cultivadas em todo o país.
“As atividades incluem formação técnica em sistemas de gerenciamento de banco de dados, em que [as participantes] aprenderão sobre os fundamentos de bancos de dados, incluindo estruturas de dados, modelagem e segurança de dados e linguagem da programação. Além disso, o projeto prevê atividades de imersão em questões de gênero, relações étnico-raciais, saúde e orientação pessoal e profissional para ingresso no ensino superior”, explicou a docente Elaine Almeida.
O projeto, que selecionou bolsistas recentemente (saiba mais aqui), tem como metas a qualificação em criação de banco de dados de meninas dos ensinos fundamental e médio, acadêmicas de graduação e professoras dos ensinos fundamental e médio, além da criação de um banco de dados nacional de sistemas de recomendação de calagem e adubação.
Segundo a coordenadora, o projeto envolverá mais de 35 bolsistas das cinco regiões brasileiras e abrangerá atividades dinâmicas, que vão desde os cursos de formação na área de computação a momentos de imersão sobre os caminhos e possibilidade de ingresso e permanência em cursos de ensino superior, ampliando as possibilidades de um futuro promissor para as bolsistas. O projeto abrange cidades de diversos estados do país, como Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e Porto Velho (RO); Barra do Garças (MT); Recife (PE); Piracicaba (SP); e Santa Maria (RS).
Conforme informou Elaine Almeida, a disparidade de gênero em ciências exatas, engenharias e computação é uma realidade global, sendo que em média apenas 30% das mulheres ocupam postos de trabalho nessas áreas. Mas, de acordo com a coordenadora, esse cenário pode mudar: “Acredito que desde a infância a família deve incentivar, especialmente quando as meninas já apresentam aptidão para esta área, e nas escolas, a partir de projetos que engajem este público. Elas têm papel significativo na evolução da computação, a exemplo de Grace Hopper, que desenvolveu a linguagem de programação Flow-Matic na década de 40 e que é empregada até hoje em processamento de bancos de dados comerciais, e Frances Allen, que criou alguns dos primeiros sistemas de segurança da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos”.
Futuramente, a coordenadora pretende enviar subprojetos para outros editais de pesquisa no intuito de pleitear outras bolsas de estudo e ampliar a participação estudantil. Outras modalidades de recursos financeiros para desenvolvimento de cursos em sistemas de gerenciamento de banco de dados serão disponibilizadas gratuitamente à sociedade em geral.
Saiba mais sobre o projeto no site www.meninasquecultivamdados.unir.br.